A Associação Panamericana de Medicina Canabinoide (APMC) está a orientar um estudo inovador para investigar o uso da Cannabis medicinal no tratamento de osteoporose e dor crônica em mulheres, condições que afetam um número significativo de mulheres, especialmente após a menopausa.
O projeto, que conta com o apoio de R$ 284.428,00 do edital de emendas parlamentares de 2024 da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal, tem como foco o estudo de biomarcadores ósseos e polimorfismos genéticos nos receptores CB2 e TRPV1, com o objetivo de entender como esses fatores podem influenciar o tratamento dessas condições.
Polimorfismos Genéticos e Personalização do Tratamento
O estudo vai além de observar os efeitos da Cannabis na dor. O objetivo é avaliar também os efeitos no metabolismo ósseo e na qualidade de vida das participantes, considerando aspectos como sono, ansiedade e funções cognitivas.
As mulheres serão monitoradas durante um ano com exames trimestrais de biomarcadores inflamatórios, densitometria óssea e análises genéticas, com foco especial nos polimorfismos genéticos dos receptores CB2 e TRPV1. Esses polimorfismos podem ser determinantes na resposta ao tratamento, tornando o estudo relevante para a medicina de precisão.
Mulheres em Foco: O Impacto da Menopausa
As mulheres são o principal foco da pesquisa, uma vez que representam 80% dos pacientes com dor crônica e 90% dos casos de osteoporose. A menopausa, com suas alterações hormonais, aumenta significativamente o risco dessas condições.
É importante explorar a Cannabis não só para aliviar a dor, mas também para melhorar a qualidade de vida de mulheres que enfrentam a combinação de dor crônica, distúrbios de sono e ansiedade.
Colaboração Acadêmica e Expansão do Acesso
O estudo da APMC está a ser realizado em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC e a Universidade Presbiteriana Mackenzie, que contribuem com um ambiente multidisciplinar para o desenvolvimento do projeto.
A pesquisa não se limita ao alívio da dor, mas busca entender como a Cannabis pode impactar a saúde de forma mais ampla. Além disso, os pesquisadores esperam que os resultados possam ajudar na expansão do acesso a tratamentos com Cannabis no Sistema Único de Saúde (SUS).